A medicina sempre foi o meu maior sonho desde os nove anos de idade. Isso deve pela presença um parente médico que acabou me influenciando bastante e também pelo fato de ter sido submetida a uma cirurgia cardíaca com essa idade. Lembro-me de ver aquelas pessoas com roupas brancas e estetoscópios pendurados e me imaginava da mesma forma. Nunca consegui me ver plena e realizada em outra profissão que não a medicina.

          Minha história em busca da realização desse sonho começou em 2012, quando iniciei o curso pré-vestibular. Claro que meu conhecimento oriundo do colégio também foi de grande valor, mas a força motriz que me levou a realização desse sonho foi os dois anos de cursinho, nos quais me dediquei o máximo que eu pude aos estudos.

          Depois de dois anos eu consegui realizar o meu sonho e fui aprovada em medicina na faculdade de medicina de Jundiaí. Comecei meus estudos lá, mas fiquei por apenas três semanas e hoje vejo que ter saído foi a melhor escolha que podia ter feito. Apesar de ser uma faculdade bem conceituada, não me apeguei ao local, às pessoas e inclusive ao método. Mesmo sabendo que estava fazendo uma escolha muito difícil, resolvi abandonar a faculdade e fazer mais um ano de cursinho e tentar entrar em alguma faculdade que fosse mais próxima de casa.

          Entretanto, nem sempre tudo ocorre como a gente espera e o ano de dois mil e catorze acabou se tornando prova disso. Meu avô materno ficou muito doente e por escolha minha resolvi deixar tudo de lado para ajudar minha mãe a olhá-lo no fim do primeiro semestre. Passei por situações que hoje não gosto de lembrar, mas acredito que tudo aconteceu para me mostrar que eu estava no caminho certo ao escolher medicina e para fazer com que eu não desistisse do meu grande sonho.

          No fim, não voltei para o cursinho e estudei com o material que eu já possuía dos anos anteriores e dei o meu melhor em uma situação difícil e torci para que tudo desse certo pra mim. Meu avô, tão importante pra mim e um dos meus grandes incentivadores, faleceu no início de 2015 e duas semanas depois eu soube que fui aprovada em medicina. Foi uma grade tristeza, seguida de uma felicidade que eu dediquei a ele.

          Acredito que hoje estou no lugar que eu deveria estar. Acho que tudo acontece por uma razão e não mudaria nada do que passou e nem me arrependo de ter saído de uma faculdade de medicina para voltar ao "limbo". Estou realizada pessoalmente e nunca estive mais feliz do que nesse momento e isso se deve a minha família que sempre me apoiou, aos meus amigos que sempre estiveram comigo e a uma pessoa muito especial que faz com que eu sempre veja o melhor de mim.          

          A universidade municipal de São Caetano do Sul, que eu já posso chamar de "Casa" está fazendo com que eu possa vivenciar experiências maravilhosas que serão de grande importância para meu futuro e está abrindo portas para que eu possa me realizar profissionalmente daqui alguns anos. Ter a oportunidade de cursar medicina em uma faculdade que valoriza tanto a humanização na medicina é algo que eu desejo para todos que querem esse curso.